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Turismo

Situada na margem sul do Rio Mondego, junto à foz do mesmo, implantada entre o mar, rio e pinhal, fica a cinco quilómetros do centro da cidade da Figueira da Foz à qual pertence como zona urbana. As suas origens piscatórias remontam ao século XVIII, sua principal actividade até á década de oitenta do século XX. Nestes últimos anos teve um grande desenvolvimento industrial, permitindo aos seus habitantes que se empregassem fora do sector das pescas.

As suas potencialidades naturais como os seus cinco quilómetros de praias a poente, de areia branca e fina, com água transparente de boa qualidade, o mar com excelentes condições para a prática de desportos radicais, o Rio Mondego, que a margina a norte e a nascente, permite: prática de pesca desportiva, de vários desportos náuticos, assim como outros motivos lúdicos e de lazer. O pinhal a sul, com o seu magnífico parque de merendas têm contribuído para o incremento de um enorme movimento na área do turismo.

Com uma população de brandos costumes, alegre e hospitaleira, com uma gastronomia típica e variada, de ricos sabores, a Freguesia de São Pedro tem tudo para lhe proporcionar umas férias agradáveis, um descanso retemperador da pressão agitada provocada pela vida moderna.

Para satisfazer a sede de cultura dos seus visitantes, esta Freguesia tem para oferecer a Igreja Matriz, o Barco da Arte e Raízes no largo da Praia da Cova, a Âncora na Praia do Hospital, a Âncora no largo das Alminhas, o Farol no largo da Junta de Freguesia e o Bote na entrada Norte da Freguesia.

No âmbito do turismo, São Pedro apresenta excelentes condições para a prática do turismo balnear, proporcionada pelos cinco quilómetros de praias de areia branca e fina, pelo mar límpido com água de excelente qualidade e, também, pelas condições proporcionadas pelo braço Sul do Mondego que ladeia a Nascente a freguesia, permitindo a pesca desportiva, a vela, a canoagem e o remo.

Durante a época estival, assiste-se a um duplicar da população residente, originado pelo retorno de férias dos emigrantes e do número, cada vez maior, de turistas que aqui passam as suas férias, gozando das condições magníficas das praias, recorrendo ao turismo de habitação, às duas residenciais e aos dois parques de campismo existentes.

As praias do Cabedelo, do Hospital e da Cova são três extensões de areia fina e quente que, no Verão, se inundam de gente gozando as delícias do sol e do mar. Não raro é adicionar aos banhos de sol e de mar, o prazer de assistir a desportos náuticos como a vela, o windsurf e o surf, destacando-se a prova do Campeonato do Mundo de Surf que, habitualmente, se realiza na praia do Cabedelo.

No rio, praticam-se vários desportos como a vela, o remo, a pesca à linha ou um passeio de bote, cedido por pescadores, para ir até à coroa existente junto à ponte dos arcos, onde é frequente a apanha de bivalves.

À noite, especialmente ao fim-de-semana, existe sempre um bom programa de animação, de realçar os já famosos bailes organizados no anfiteatro do largo da praia da Cova.

FESTAS RELIGIOSAS
São vários os eventos e festividades que se realizam ao longo do ano na Freguesia de São Pedro. Destacamos a animação de Verão, com espectáculos em vários locais da nossa terra. O Carnaval, mais ou menos rico, marca todos os anos a sua presença, o enterro do Entrudo “ou bacalhau” tem uma tradição muito antiga, sendo actualmente a sua promotora a popular e carismática Samuela. O Núcleo Jovem de São Pedro dirigido, superiormente, por Aldina Matias, promovem alegres espectáculos de entretenimento e culturais nas colectividades ou ao ar livre.

Mas é indiscutível que a festa de São Pedro, em Honra do Padroeiro da Freguesia, é aquela que mais importância tem na vida da maioria dos Cova Galenses e um lugar de destaque no panorama festivo da Cidade da Figueira da Foz. A sua grandiosidade expressa no seu arraial, com os excelentes espectáculos musicais e outras actividades culturais são vectores de uma animação constante e responsáveis por grandes manifestações de alegria e convívio.

A sua natureza social faz estabelecer novas relações com aqueles que nesta altura do ano nos visitam, fortalecendo e partilhando ideias com familiares ou convidados, que nestes dias acolhemos na intimidade do nosso lar. Serve também como ponto de encontro dos amigos que já não víamos à imenso tempo e é responsável pelo regresso à sua terra natal de muitos dos nossos emigrantes.

A festa de São Pedro transmite-nos uma energia positiva, é promotora das nossas tradições e costumes, desenvolvendo os valores da simplicidade da amizade e da hospitalidade, características do povo da Cova Gala.

Fazendo jus à sua tradição secular, o ponto alto da festa continua a ser a famosa procissão de São Pedro, na tarde de Domingo, numa verdadeira exteriorização de fé dos pescadores, marcada pelo simbolismo do desfile das miniaturas de embarcações, que traduz as origens culturais deste povo, que desde de sempre esteve ligado ao mar. O seu percurso de cerca de três quilómetros por ruas engalanadas e apinhadas de gente, tem uma paragem no Largo da praia da Cova para bênção do mar e realização do célebre Sermão ao seu Padroeiro.

A procissão encerra com a cerimónia da entrega da Bandeira, forma peculiar de assumir publicamente a responsabilidade de organizar a festa no ano seguinte, é sempre um espectáculo pleno de emoção e autenticidade.

MERCADOS
Mercado de São Pedro, diário (excepto 2ª feiras)
O novo Mercado de São Pedro veio trazer o que há muito se esperava, um mercado moderno, organizado e que fique no olho de quem o visita, principalmente pelas condições higiénicas da venda de peixe.

Além disso, através do espaço comercial contíguo ao salão do Mercado propriamente dito, veio permitir que algumas pessoas pudessem abrir o seu próprio negocio a preços mais acessíveis.

A mudança de local, obviamente nunca seria pacífica, pois quem estava habituado a ter o mercado à porta de casa, agora terá de se deslocar algumas centenas de metros. No entanto, a melhoria de condições supera tudo isso e com o bairro social como vizinho e com o desenvolvimento da mancha urbanística para sul, o Mercado acabará por ficar numa zona mais ou menos central.


PRATOS TÍPICOS
Dadas as origens da Freguesia, o peixe é um elemento fortemente procurado e utilizado na gastronomia de São Pedro, nas mais variadas formas, tais como Cozido, Grelhado, Caldeiradas, Fritos, Pitáus, Massadas, Enxambrados, Salgados ou Moirados, de Cebolada e de Escabeche.

Para além disso, são iguarias desta Freguesia as Bolas de Milho com recheio de sardinha ou petinga salgada (demolhada a propósito q.b.), de carne de porco, entremeada ou chouriço caseiro; e as Broas de Milho, para a cozedura das quais ainda se utilizam os fornos caseiros.
As sopas mais características são as de feijão com hortaliça, durante o Inverno, sendo feitas em quantidade para que sobre para fazer as famosas Papas de Farinha da sopa com sardinha assada salpicada ou salgada.

Entre tantos outros, são ainda referenciados os pratos de Bacalhau cozido com batatas com pele, cortadas a meio, com ou sem couves, frito com açorda (do pão que ia crescendo), grelhado na brasa com batatas a murro; Samos cozidos com batatas ou guisados, ou ainda com grão; Caras de Bacalhau com batatas e hortaliça; Línguas de Bacalhau fritas ou cozidas com batatas ou de caldeirada.

Os Carapaus grandes, também designados por chicharros, langões, escalados ou salgados, cozidos com grelos, assim como as Cavalas, são bastante apreciadas, com umas rodelas de nabo e grelos.

Os Carapaus pequenos, as Sardinhas e as Petingas, assados, fritos ou de escabeche, com salada de alface ou tomate e batata cozida com pele, são bastante procurados, prestando-se às mais variadas confecções proporcionam grandes ambientes sociais.

Os Carapaus enxambrados, assados levemente acompanhados com broa ou batata cozida são de fazer crescer água na boca.

As Caldeiradas de um só peixe ou de peixe variado têm um aroma profundo de cheirar bem.

As Massadas de Bacalhau, de Cavalas, de Patas Roxas, de Cherne, de cabeças de Maruca ou postas de Maruca sabem a autêntica maresia.

Os Grelhados de Robalo, Sável e de Lulas em fogareiros na rua, o Arroz de Lampreia e a Raia de pitáu representam valores tradicionais de muitos anos.

Os Pratos Ensalsados com cebola dos bocadinhos de Chocos, de Polvo ou de Ovas são um aperitivo excelente.

Todos estes sabores podem ser encontrados em alguns restaurantes, em casas particulares ou em vários locais onde grupos da petisqueira se reúnem, sendo a confecção feita pelo homem mais experiente.

Por aqui, não existem cerimónias servindo de travessa na mesa.

Os Bivalves da Crôa da Burra são uma componente de marisco sazonal. Desde Berbigões, Mexilhões, Ameijoinhas e Ameijoas Rainha abertas das cascas, até aos Lingueirões de Canudo (Canivetes) grelhados ou guisados estabelecem o prazer de uma agradável mariscada.

DOCES REGIONAIS
Fazem parte da confeitaria da região, Arroz Doce ( arroz, água, leite, casca de limão, açúcar e um pouco de margarina) e Filhós de Abóbora ( abóbora, canela, raspa de branjo, ovos, fermento e farinha).

Para não esquecer a manufactura do passado, ainda se observam embarcações em miniatura, cujos artífices estiveram ligados ao mar e ao rio.

Os materiais utilizados são a madeira, o bronze, lata, pano cru, linhas e todo um leque de materiais apropriados, cujo trabalho é elaborado em casas particulares.

Toda esta arte e habilidade podem ser apreciadas na Procissão em honra de São Pedro, através dos seus mais diversos andores.

DANÇAS E CANTARES
O povo da Freguesia de São Pedro, conforme as suas origens, tem uma tradição migratória que pertence ao litoral. Como tal, ao longo do tempo, o corridinho, a marcha, o fado e a canção são as danças que mais representam a sua forma de ser.

Foram em dias festivos, como o Carnaval, o Primeiro de Maio, as festas de São Pedro, que as grandes manifestações de danças e cantares se fizeram.
O levantamento efectuado pela Junta de Freguesia reporta-nos ao ano de 1939, com o Rancho das Peixeiras, o qual estabeleceu um laço profundo com a actividade piscatória de então, através dos trajes.

Os cantares são tão antigos como a existência do povo. Se a arte de cantar veio de Ílhavo, depressa ficou em São Pedro, acompanhando a vida social e profissional fixada nas areias desse tempo.
Cantava-se a lavar e a estender a roupa ao sol, a corar os lençóis na branca areia das casas junto à praiae, muitas vezes, para esconder a amargura duma vida árdua e incerta.

Porém, actualmente, já não se canta tanto. Muito do que se cantava então, foi desaparecendo com o passar das gerações, da mesma forma que os poços de água para a lavagem de roupa deixaram de existir.

TRAJES CARACTERÍSTICOS
De acordo com documentos antigos desta região, as mulheres retratavam-se com aventais de popelina bordados de fino e bonitos riscos pelas bordadeiras de então, saias de mazona preta, blusas de crepe e lenços de cachené, rodilha de trapos, cesta de sardinha e xaile para enrolar a criança ao colo.
Os homens, por seu turno, vestiam camisola de xadrez de baeta, calça de serrobeco, boina preta ou barrete de mazona ou lã e cinta do mesmo tecido. O foquim era o objecto de ligação ao trabalho.

JOGOS E BRINQUEDOS TRADICIONAIS
De acordo com as memórias dos mais velhos, recuperaram-se alguns jogos que entretinham as gerações de outrora. O jogo da péla e o dos ganizes eram os preferidos pelas mulheres. Os homens já preferiam a malha ou jogo do piço, a chapa, o prego e as cartas (sueca, bisca).

Normalmente, praticavam-se estes jogos aquando o regresso dos pescadores da pesca do bacalhau e outras viagens, quer durante a semana, quer ao domingo.
Actualmente, só em acções associativas é que se praticam a maior parte destes jogos, sendo o das cartas o mais preferido.

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